Helio P. Leite *
Prefacialmente, no entender de estudiosos maçônicos, na Maçonaria a Educação e a Cultura dizem respeito a áreas distintas, e por isto, no meu entender, nas estruturas administrativas de nossas potências maçônicas deveriam existir uma Secretaria para cada uma destas duas áreas do saber maçônico. Como também deveria existir em cada delas dois Grandes Conselhos – o de Educação e o de Cultura.
A Educação Maçônica, propriamente dita, diz respeito tão somente ao estudo dos Ritos Maçônicos, dos Rituais Maçônicos e das ritualidades de cada um deles, os quais são ensinados aos aprendizes, companheiros e mestres maçons no Simbolismo dos três primeiros graus, e nos Graus Superiores estudados nas Oficinas Chefes de cada Rito, então, adotados pelas nossas Potências Maçônicas, pelo menos no Brasil. Donde se conclue que inexiste o estudo da Cultura Maçônica nos Graus Filosóficos, assim também chamados. Embora cada grau superior tenha o seu significado e sua destinação.
Quanto a Cultura Maçônica se entende no que diz respeito a tudo mais que envolve o conhecimento e o saber na Ordem Maçônica, tais como: História, Legislação, doutrina, filosofia, política, religião, usos e constumes, tradições, comportamento ético e moral, etiqueta social, elegância protocolar, tratados, culto aos heróis maçons, Liberdade de pensamento, etc.
Contudo, até onde chega o meu conhecimento, na maioria das Potências Maçônicas no Brasil, existe uma Secretária dedicada à Orientação Ritualística, ocupada por um Secretário Geral, que conta com Secretários Adjuntos para cada Rito adotado pela Obediência, que deveria chamar-se de Secretaria Geral de Educação Maçônica.
Com isto, inexiste uma secretaria dedicada a Cultura Maçônica em nossas Obediências e que talvez por isto inexistam recursos substanciais em cada uma delas para investimentos em cultura maçônica proprimente dita, como por exemplo: incentivos para implantação de bibliotecas com acervos permanente atualizados, para constituição e manutenção de museus maçônicos, incentivos para escritores, pintores, escultores, músicos, compositores musicais, maçônicos, etc.
No presente, portanto, a Cultura Maçônica, vem sendo desenvolvida por mais de 100 Academias Maçônicas de Letras, atualmente em funcionamento no território nacional, as quais, em princípio, não tratam de Educação Maçônica, ou seja, não discutem e nem debatem sobre Ritos Maçônicos, seus rituais e suas ritualidades.
Contudo, nada impede que possa ser estudada, no ambiente acadêmico maçônico, a História oficial de cada um dos Ritos, ora praticados na Maçonaria no Brasil, sem proselitismos, apenas e tão somente como cultura histórica dos porquês da existência de tantos Ritos Maçônicos, dos quais somos seguidores.
Por outro lado, no que diz respeito ao Grande Oriente do Brasil, Potência Mãe da Maçonaria no Brasil, segundo anais de sua história, foi fundado no Rito Moderno, em seus primórdios, não adotando na atualidade nenhum dos diversos Ritos Maçônicos que recohece e é usado pelas Lojas Simbólicas federadas. Porém, mantém tratados de amizade e de reconhecimento com várias Oficinas Chefes dos Ritos ora praticados em nossas Federação Maçônica.
E em assim sendo, as áreas da Educação e da Cultura Maçônica, devem ser consideradas como pilares de fundamental importância para o desenvolvimento intelectual maçônico dos Obreiros da Arte Real, praticada no Brasil e no Mundo, e que portanto devem ser consideradas prioritárias e merecer tratamentos distintos em nossas Potências Maçônicas.
- Helio P. Leite – um eterno buscador
Brasília, df, 10 de Julho de 2025