DIA INTERNACIONAL DO TRABALHADOR

1 de maio, Dia Internacional dos Trabalhadores, comemora a luta histórica da classe trabalhadora em todo o mundo, e é comemorado em quase todos os países, exceto nos Estados Unidos, Canadá e África do Sul. Isto apesar de que o fato gerador o feriado aconteceu na década de 1880 nos Estados Unidos, com a luta por uma jornada de trabalho de oito horas. A feliz ideia de criar um feriado para celebração do dia do trabalhador na verdade nasceu na Austrália, e o seu objetivo principal era conquistar a jornada de oito horas de trabalho. Os trabalhadores australianos decidiram em 1856 organizar um dia de parada completa dos meios de produção, para realizarem, juntamente com reuniões de discussões sobre a jornada de trabalho, eventos para entretenimento dos trabalhadores e seus familiares. No final acabou acontecendo uma grande manifestação em favor da jornada de oito horas. No início os trabalhadores australianos decidiram realizar o evento somente no ano de 1856, mas esta primeira celebração teve um efeito tão forte sobre as massas proletárias da Austrália, que animou os organizadores a repetir o evento, ficando decidido repetir a festa a cada ano. Portanto, às oito horas de trabalho é a causa de todo o movimento. No início de 1886, os empregadores Chicago foram contra o privilégio demandado pelos trabalhadores de uma jornada de oito horas, reivindicação razoável, pois a jornada imposta era de dez a doze horas. Contra essa jornada estafante e buscando uma maior coexistência familiar dos trabalhadores, muitas reuniões foram realizadas pelos líderes dos operários, e muitos homens que participaram dessas reuniões foram detidos em Chicago nos meses anteriores de 1886. Uma dessas reuniões, realizada na noite de 04 de maio de 1886, na cidade de Chicago, Illinois, foi chamada de “Revolta de Haymarket”, e é considerada uma das origens das comemorações internacionais do “1 de Maio”, o Dia do Trabalhador. Poucos dias antes, na frente das instalações da McCormick Tractors, durante uma manifestação pacífica a favor do regime de oito horas de trabalho, uma bomba estourou junto ao local onde estava posicionada a força policial, matando um e ferindo outros sete policiais que morreram mais tarde. A polícia imediatamente abriu fogo contra os manifestantes desarmados, ferindo dezenas e matando onze. Os oito organizadores da manifestação, acusados de serem militantes anarquistas, foram presos e incriminados pelo acontecimento, mesmo na ausência de evidências que os conectassem com o lançamento da bomba. Uma grande campanha foi organizada para salvar os mártires de Chicago. Finalmente, quatro deles foram executados, um cometeu suicídio antes do enforcamento, e os três remanescentes receberam sentenças de prisão que foram revogadas em 1893, quando o governador concluiu que todos os oito acusados eram inocentes. Então um grande movimento internacional foi organizado para fixar uma data mundial para que os trabalhadores em todos os países e em todas as cidades tivessem um dia específico para tratar simultaneamente com as autoridades públicas e patrões, as demandas para fixar a jornada de trabalho em oito horas, e pôr em prática outras resoluções do Congresso Internacional de Paris. O dia 1 de maio de 1890 foi determinado por deliberação da Federação Americana do Trabalho em sua convenção em dezembro de 1888, em St. Louis. E esse dia foi aceito como o dia para as manifestações internacionais dos trabalhadores. Ficou decidido que os trabalhadores das diversas nações deverão organizar as manifestações adaptando de acordo com as condições no seu país. A celebração do dia de 1 de maio foi oficializada e celebrada pelo estado em 1918, em Petrogrado (hoje São Petersburgo) na União Soviética. Mas na verdade o evento não foi dirigido às massas populares, mas foi um grande festival onde a Marinha e o Exército Vermelho foram o centro das atenções, e todas as verdadeiras pessoas que trabalham e colocam os seus esforços no sentido do crescimento da nação, foram colocados como meros expectadores. Assim ao assumir as comemorações do 1 de maio, os Estados, as empresas, os sindicatos pelegos e os meios de comunicação dissimularam um legado de toda a dissidência histórica da luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho e de vida. Na verdade, os que detêm o poder político ou financeiro têm medo de que possam nascer movimentos semelhantes aos que originaram essa data, e que militantes organizados possam reviver hoje as lutas do passado. Eles hoje suprimem as sementes dessa organização quando e onde podem, sufocando as aspirações e reinvindicações essenciais das classes trabalhadoras, com mega shows e eventos produzidos por grandes organizações recreativas, direcionando a atenção para essas falsas homenagens aos trabalhadores e dissimulando suas reais intenções de sufocar a massa trabalhadora aos seus interesses de poder e lucro insano. Como trabalhadores, devemos reconhecer e comemorar o Dia 1 de maio, não só pela sua importância histórica, mas também como um momento de pensar e organizar-se para lutar pelas questões de vital importância para todos nós, partícipes da classe trabalhadora. PARABÉNS A NÓS TRABALHADORES! Eduardo G. Souza .