COLAÇÃO DO GRAU 4 AO VALE DE SANTO ANTÃO – PE

Nesta quarta-feira, 06 outubro de 2021, o Ilustre e Sublime Capítulo LUIZ SOARES LIMA Nº 99, ao Vale de Santo Antão, no Estado de Pernambuco, realizou a colação do Grau 4 – Mestre da Discrição da hierarquia dos Altos Graus do Rito Brasileiro, dos Ilustres Irmãos Mestres Maçons JARBAS JESSÉ, ROSEMBERG MEDEIROS, JOSIMAR RODRIGUES, GUILHERME CESAR, DIOGO ALVES e HERBERT JOSÉ.

O Eminente Ir.’.  EDUARDO FLÁVIO DE MENEZES 33º,  Delegado Litúrgico do Rito Brasileiro no Estado de Pernambuco, após cumprimentar o Sapientíssimo Irmão Aterzata ADEMIR DE SÁ LEITÃO JÚNIOR, pela brilhante condução dos trabalhos, felicitou os Valorosos Irmãos recém iniciados, dizendo de sua satisfação em ver o Rito Brasileiro cada vez mais pujante e glorioso. Falou  de seu grande contentamento em estar presente àquela Sessão Magna Conjunta, e, por último, apresentou o fraternal abraço em nome do Grande Primaz do Supremo Conclave do Brasil, Soberano Ir.’. NEI INOCENCIO DOS SANTOS 33º.

Estiveram presentes várias autoridades, a saber: o Venerável Mestre da A.’.R.’.L.’.S.’. Domingos José Martins n° 85; Venerável Mestre Wanderson, da A.’.R.’.L.’.S.’. Redenção Pernambucana n° 35, ambas  do Rito Brasileiro, jurisdicionadas ao GOIPE;  e o Ven.’. Mestre da A.’.R.’.L.’.S.’. Segredo e Verdade n° 851, do Rito Escocês Antigo e Aceito.

Fizeram-se representadas através do Eminente Irmão EDUARDO DE MENEZES 33º, por pertencer aos seus respectivos Quadros,  as AA.’.RR.’.LL.’.SS.’.   José Firmo Xavier, Forte Castelo Do Mar, Loja Leões Do Norte, Loja Vigario Bartolomeu Fagundes Rito Brasileiro, todas estas do Rito Brasileiro.

Prosseguindo, em sua fala, o Eminente Irmão EDUARDO FLÁVIO DE MENEZES 33º ofereceu uma importante síntese dos ensinamentos do Grau 04, fazendo diversas analogias com outros ensinamentos maçônicos e destacou que o grau “Mestre da Discrição” é um dos mais importantes do filosofismo, desde que estudado e bem praticado.  Disse aos recém-iniciados que doravante eles deverão distinguir a potência filosófica (Supremo Conclave do Brasil) da simbólica (Grande Oriente do Brasil), sobretudo no que tange aos tratamentos dos Irmãos em ambas as potências.

Em conclusão, o Sapientíssimo Irmão Aterzata parabenizou os novos “Mestres da Discrição”, agradeceu as honrosas presenças dos Irmãos do quadro pelo empenho e dedicação para com a Oficina; agradeceu, na pessoa do Eminente Irmão EDUARDO FLÁVIO DE MENEZES 33º, a presença de tão ilustres presenças e encerrou os trabalhos às 22:15 horas, convidando a todos para uma singela confraternização no saguão do edifício, ocasião em que os Irmãos se confraternizaram alegres e contentes!

Diante do adiantado da hora do término daquela Sessão, O Em.’. Ir.’. Delegado Litúrgico deixou de pronunciar seu discurso de praxe, mas aqui, somos brindados com a transcrição do seu brilhante texto:

“O MESTRE DA DISCRIÇÃO”

 Na Escola de Perfeição temos o curso do grau 4 – Mestre da Discrição que tem por escopo a guarda inviolável dos segredos que lhe foram confiados. É nesse grau que prometemos ser fiel até a morte a todo depósito que nos for confiado, a toda obrigação que nos seja legalmente imposta; a todo dever, cujo cumprimento seja reclamado pela felicidade de nossa família, de nossa Pátria e da Humanidade. É nesse grau que determinamos jamais abandonar nossos irmãos e nossos amigos na necessidade, no perigo, na aflição ou na perseguição. Grau 4 é consagrado ao silêncio e à discrição do obreiro, cuja sinceridade, justiça e vigilância no fiel cumprimento do dever são a Lei Suprema dos Maçons.

O poder do silêncio está oculto à palavra falada; não podemos esquecer o, quando buscamos o entendimento maior, que tal procura tem que ser no silêncio e em silêncio.

É na natureza que vamos buscar o entendimento do silêncio, pois as suas forças trabalham e se desenvolvem em silêncio. Temos exemplos monumentais nos reinos mineral, vegetal e animal. Cultivar o silêncio a respeito de tudo o que se refere a nossos projetos é a condição básica para suas realizações; isso assegurará um desenvolvimento seguro e tranquilo sem interferências de forças negativas e muito pelo contrário, contaremos com o apoio dos Poderes Invisíveis, que só no silêncio poderão encontrar meios para se expressar em nossa dimensão.

A Maçonaria nos ensina a virtude do silêncio, desde o nosso ingresso como Aprendiz, pois é no silêncio, em silêncio, que o Aprendiz irá ver e aprender os mistérios simbólicos que vão lhe assegurar o progresso filosófico do crescimento interior, que não para ao atingir o grau seguinte, nem o próximo e, na verdade, continuará para toda a sua vida maçônica: é a condição que lhe assegurará o progresso real, permitindo-lhe compreender o Segredo da Ordem, que é uma realização individual da busca interior que só ocorre no silêncio e na discrição do entendimento.

“É importante, então, citarmos agora o princípio que deve guiar todo iniciado sobre o que deve calar ou falar: “silenciar sobre tudo o que não for real e que não ajude ou favoreça a verdade”.

Na verdade a atividade de uma Loja ou qualquer agrupamento maçônico será tão mais eficiente quanto maior for à força do silêncio místico e da discrição no trato do segredo dos seus trabalhos; todo verdadeiro maçom sabe que a guarda inviolável e discreta das relações e conhecimentos, assim como tudo que se refere à Ordem e a seus projetos, é obrigação inalterável de todos os maçons.

Aprender e calar (no sentido de silêncio) a respeito do que somos sabemos, queremos e fazemos é uma condição necessária para o nosso desenvolvimento filosófico que permitirá cumprirmos o que nos cabe na construção da Obra, e que só dependerá de nós. Se não fizer a nossa parte, a Obra ficará incompleta até que, no momento designado seja por outros completados. Se não houver discrição e silêncio no nosso trabalho, perturbações irreparáveis ocorrerão não só para nós, como para toda a Obra Maçônica.

Falar, no sentido místico filosófico é sintoma de vaidade que potencializa a obscuridade interior, refletindo toda luz vinda do exterior; o Iniciado brilha pela sua própria luz e não pela luz vinda de fora.

O hábito ou costume de calar sobre tudo o que não se considere útil ou necessário é um exercício que irá velar a vaidade e falta de reflexão, fortalecendo nossos pensamentos, aumentando nossa sabedoria maçônica e a credibilidade nos nossos relacionamentos.

Para adquirir a consciência e fazer uso adequado e disciplinado do Poder da Palavra, as antigas escolas iniciativas – exemplo clássico é a Pitagórica – prescreviam anos de absoluto silêncio a seus discípulos, com o objetivo de primeiro aprenderem a escutar e raciocinar adequadamente.

É importante, então, citarmos agora o princípio que deve guiar todo iniciado sobre o que deve calar ou falar: “silenciar sobre tudo o que não for real e que não ajude ou favoreça a verdade”.

Cultivar o silêncio em tudo que se refere aos nossos segredos e atividade é, pois, a melhor maneira de assegurar a efetiva realização na forma mais adequada dos projetos maçônicos que nos são confiados.

Neste grau, compromissados com a discrição e silêncio sobre tudo o que vimos, ouvimos e aprendemos é que vamos ao nosso eu interior desenvolver o sentimento do dever, que é a fonte de todas as energias e a única que não se esgota. O Dever é a inevitável necessidade do homem que vive em sociedade, como o trabalho é a necessidade do corpo! Violada essa Lei, sobrevirá a desarmonia e a degradação.

Enfim, este é o primeiro curso do filosofismo, é o grau de iniciação dos estudos avançados que vão permitir que se abra a porta da sabedoria e, então, os segredos decifrados estarão certamente guardados no eu interior e só poderão ser abertos para aqueles que estudam e trabalham. Esta etapa da vida maçônica é o início de longa viagem em busca de novos conhecimentos, descobertas e profundos estudos que permitirão o alcance de misteriosos progressos iniciáticos.

SURSUM CORDA!

 Com as saudações fraternais do  Eminente Irmão

EDUARDO FLÁVIO DE MENEZES  33º

Delegado Litúrgico do Rito Brasileiro/PE